A cidade de Ouro Preto é historicamente triste, não tem como não ficar com este pensamento depois de entender tudo que ocorreu naquelas terras… quantos homens não morrerem ali, injustiçados. Quantos negros e negras não sofreram… Pensar nisso tudo é realmente triste. Ainda mais quando lembramos que nada do ouro extraído daqui ficou para nós, para os brasileiros
Já era umas 16h quando fomos com a Jussara, dona do Trilhas de Minas Hostel, até a Mina Jeje e sentimos um pouco, mas bem pouco do que era a real condição do trabalho dos escravos da Minas de Ouro. Para entrar na Mina o custo é de R$ 20,00, mas nós pagamos um pouco a mais para realizar um passeio diferente, andar pelos túneis do ouro, ir além do espaço tranquilo, onde era possível ficar em pé. Não chegamos a realizar nem um décimo do que era feito naquela época, mas andar agachado, se rastejar um pouco para passar por locais apertados e escuros, estar dentro de um local desse era às vezes sufocante. Imagina estar um pouco mais de 200m abaixo do nível da terra, com um montanha sob você. Medo de desmoronar? Acho que esse seria a menor das dores, em vista do que aqueles negros sofriam.
Caminhamos pelo túnel de acesso, estreito, mas com altura de pelo menos 1,80m – já que nós andávamos normal, em pé – até chegar em uma sala de onde haviam algumas ramificações, onde os túneis davam acesso a outras salas, pequenas e mais apertadas. Hoje em dia está mina está desativada, assim como muitas de Ouro Preto, como diz a nossa guia “Ouro Preto é um queijo Suiço”, por baixo da terra há muitas minas. Ouvimos que nos dias de hoje ainda existem minas funcionando na cidade, clandestinas e não se sabe as condições de trabalho dessas pessoas.
Mesmo com toda essa tristeza sentida quando está lá dentro nós, eu e o Marcos, ficamos encantados de poder entrar em local desse, de ver o quão preservado está tudo. Chegamos ao final de um dos túneis e lá há uma nascente, a água que cai das pedras que estão acima de nós formou um lago dentro da Mina, água cristalina e pura! Saímos de lá sujos, de se rastejar na terra para conseguir passar em alguns túneis.
É interessante dizer que muitas crianças trabalhavam nas Minas de Ouro de Ouro preto, por serem pequenas poderiam facilmente passar pelos espaços apertados. Sem falar que muitos dos homens adultos era castrados para não se desenvolverem, não crescer, e assim serem destinados ao trabalho nas minas. A vida útil de um escravo naquelas condições de trabalho era em média de 7 anos
FONTE: http://www.a4pes.com.br/2014/4414-como-era-ser-um-escravo-nas-minas-de-ouro
FONTE: http://www.a4pes.com.br/2014/4414-como-era-ser-um-escravo-nas-minas-de-ouro
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